TAP – A “Caixa de Pandora” do regime português

A “caixa de Pandora” é um objecto que faz parte da mitologia grega e passou a ser uma expressão utilizada nos tempos modernos para descrever que existem “caixas” que não se devem abrir, caso contrário, podemos ter o azar de libertar na humanidade todos os males que a mesma contenha, tal como aconteceu com a caixa mitológica original, ao ter libertado todas as doenças do corpo e da alma, a mentira, mortes, ódio, guerra, etc. Contudo, nela havia um único dom: a “esperança”.
Deixando de parte a mitologia e voltando aos nossos dias, podemos dizer que a criação da CPI – Comissão Parlamentar de Inquérito à TAP – é sem sombra para dúvidas a “caixa de Pandora” do regime português, e no fim, se lá chegarmos, espero que também reste, a “esperança” para todos os portugueses e muito especialmente, para todos os trabalhadores da nossa companhia aérea de bandeira, que tão mal tem sido tratada pela ingerência dos sucessivos governos portugueses.
As várias sessões parlamentares da CPI têm revelado a completa instrumentalização pelo regime da nossa companhia aérea.
Este regime dos “Cravos” já deveria ter criado há muito tempo um Ministro da TAP, eventualmente, com ministério autónomo, para servir e ocupar mais “clientes”, com secretário e subsecretário de estado, chefes de gabinete e assessores de imprensa e toda aquela imensa mole de abutres incapazes, incompetentes e desprovidos das mais elementares qualificações literárias, que usualmente pululam nos gabinetes ministeriais aos quais já nos habituámos, e pagos todos eles, com os nossos impostos.
A criação deste Ministério teria sido um pouco mais “honesto”, perdoem-me a aplicação deste adjetivo, no triste contexto em que escrevo e referindo-me a quem me dirijo.
Há muito que se sabia que a TAP, mais não era e mais não servia do que “servir” a imensa clientela do Estado, “servindo” para tudo, desde o tráfico de influências, ao favorecimento pessoal, aos negócios muito mal explicados (veja-se o caso do negócio de David Neeleman, patrocinado pelo PSD/CDS, que terá lesado a TAP em centenas de milhões de euros).
E o que dizer da choruda e milionária indemnização a Alexandra Reis (que foi o despoletar e denunciar para a opinião pública portuguesa da vergonha que se passa na TAP e que culminou nesta CPI porque já não podia ser escondido o que lá se passava de hediondo e vil para o erário público e para todos os asfixiados contribuintes). Ironicamente tenho de dizer: pelo menos por isto…obrigado Alexandra Reis. Portugal agradece a indemnização que pagámos e dá esse dinheiro como bem empregue.
Depois temos o caso do ex-diretor de comunicação da TAP, Abílio Martins (ex- Altice Portugal, anteriormente denominada Portugal Telecom), que trabalhou apenas 5 anos na TAP, e saiu com uma indemnização de perto de 1 milhão de euros!?
E será que os portugueses sabiam que Abílio Martins colocou o “cal center” da TAP na Altice Portugal, antes mesmo de sair?
Muito conveniente e certamente, absolutamente desinteressado este acto de gestão fabuloso!
Todavia, é errado dizer que a TAP é um enorme sorvedouro de dinheiro dos contribuintes portugueses, porque as contas dizem o contrário, já que apenas teve duas intervenções do Estado, uma na década de 90 e outra em 2021.
Relativamente à primeira intervenção, a companhia aérea pagou tudo o que lhe foi emprestado, com juros altíssimos, e nesta segunda, convém referir que o apoio foi dado a todas as companhias de bandeira europeias.
O Regime tem-se protegido da ingerência que faz na TAP, passando a falsa imagem de que os seus trabalhadores auferem demasiado; de que os custos com pessoal são incomportáveis; tudo isto é uma mentira bem elaborada para colocar os portugueses contra uma empresa que é vital para a economia nacional.
Alguns dos gastos inexplicáveis que existem na TAP são devido a toda uma teia de corrupção, de clientelismo, de crime continuado e  variado, mas nunca investigado, nem tampouco aberto qualquer competente inquérito, mas mesmo esses são pagos sem recurso aos contribuintes portugueses.
Nos últimos dias temos vindo a assistir à novela típica de um ringue de boxe, porque “meteu murros e pontapés”, ou de uma série de fraca qualidade da Netflix, com computadores levados à força por um chefe de gabinete do ministro Galamba, com bicicletas arremessadas contra a porta do ministério, pelo facto deste chefe
de gabinete ter sido, no sentido literal da palavra, detido no seu interior, sem ordem judicial (o que o torna digno do meu apreço, pela sua reação em relação a uma situação de que foi vítima sem culpa formada e repito, de detenção sem mandato judicial ou napresença e efetuada por autoridade policial).
No tocante ao arremesso da bicicleta contra os vidros do ministério, talvez agora entenda o porquê de Medina ter transformado Lisboa, a cidade das 7 colinas, numa imensa ciclovia, uma vez que esta nossa linda cidade, é em termos de relevo topográfico e de planura, em tudo semelhante a Copenhaga ou Amesterdão e perfeita para levarmos os miúdos à escola ou irmos para o trabalho a pedal.
Ou será que Medida teve uma premonição e que os portugueses descontentes com o desgoverno do seu país, comecem também a seguir o exemplo de Frederico Pinheiro, e atirem com bicicletas contra as portas e vidros dos vários ministérios!?
E já agora, porque não, de Belém e de S. Bento!?
Voltando à novela TAP, vem-se agora a saber que o governo, tinha realizado, não uma, mas duas, reuniões preparatórias, para instruir a ex-CEO da TAP, Chirstine Ourmiéres-Widener, precisamente para os interrogatórios a que esta seria sujeita, nas sessões parlamentares da CPI que se encontravam a decorrer e já previamente marcadas.
Reuniões estas sempre negadas pelo governo de Costa, que tivessem algum dia existido. Lá diz o ditado que: mais depressa se apanha um mentiroso do que um coxo.
E quase que conseguiram fazer esconder da opinião pública que, em Março de 2021, o governo através do seu CEO interino Ramiro Sequeira, e do seu secretário de Estado Hugo Mendes (que foi quem negociou os Acordos Temporários de Emergência (ATE)) coagiram os sindicatos a assinarem os acordos e todos os trabalhadores da TAP a aceitarem cortes nos seus salários que, em alguns casos, foram até 45% do seu vencimento, ameaçando-os que, caso não aceitassem este Acordo Temporário de Emergência, a empresa falia.
Estes acordos deveriam vigorar até que as metas do Plano de Reestruturação da TAP fossem atingidas, plano este que não constava de “acordo!?” e que não só ninguém o conhecia, como agora inclusivamente, vem o novo CEO de nome Luís Rodrigues…dizer que desconhece a sua existência!?
Se não fosse tão trágico seria para rir, estes acordos abriram a porta aos despedimentos coletivos de pessoal especializado (o que seria a TAP hoje sem esta colossal falta de mão-de-obra).
O que muitos se esqueceram de dizer aos Trabalhadores é que, a aplicação do diploma que regulamenta as empresas em situação económica difícil (Decreto-Lei nº 124/77 de 1 de Abril) tornava desnecessário os acordos Temporários de Emergência, pois permite reduzir salários, mas esses cortes salariais nunca poderiam ser superiores a 2/3 do vencimento em vigor.
O corte salarial que os trabalhadores da TAP sofreram com a coação e mentira exercida sobre toda esta classe e em especial sobre os pilotos, (já que, em alguns pilotos, os cortes atingiram os 50% no vencimento) mas também sobre todos os outros trabalhadores dos variados sectores da TAP, estando neste preciso momento em que escrevo este artigo, fixado em 20% de corte salarial para todos os trabalhadores, poderia ter sido impedido se algum dos partidos com assento parlamentar tivesse tido a decência de defender os trabalhadores.
Mas, agora o que importa são as “bicicletas atiradas contra vidros”, as reuniões que “nunca existiram”, as “notas das reuniões que nunca foram tiradas, mas que se calhar estão no computador do nosso “herói” Frederico, e que tão pronta e obedientemente, foi o SIS – Serviço de Informações de Segurança – criado na dependência orgânica do governo, e com a primacial função, de zelar sobre a manutenção da segurança interna e do Estado de Direito constitucionalmente estabelecido (tenho de perguntar, onde tens “andado nestes últimos 3 anos, SIS!?), obter ou retirar de casa de Frederico Pinheiro. Será que ainda podemos ter a “esperança” que ficou na caixa de Pandora?
Aguardam-se pelos novos episódios desta série Netflix, denominada “CPI-TAP” e, por isso, coloco a seguinte pergunta: será que António Costa não tem vergonha e apresenta a sua demissão, ou vamos ter de assistir a mais do que uma temporada desta série!?

As tuas liberdades, direitos e garantias estão a ser violadas.

O ADN é o único partido que nunca permitirá que mexam nas leis fundamentais.

Junta-te a nós e saberás como ser um resistente às políticas globalistas.