O partido Alternativa Democrática Nacional (ADN) repudia, de forma clara e firme, todos os actos de violência ocorridos recentemente no nosso país.
Condenamos os actos de agressão cometidos contra o actor Adérito Lopes, alegadamente agredido por “dezenas de indivíduos”. Repudiamos também a violência entre claques de futebol, que em nada dignifica o desporto e põe em causa a segurança de todos os cidadãos.
No entanto, importa denunciar a forma como certos episódios estão a ser instrumentalizados politicamente para alimentar narrativas de divisão, como se Portugal fosse um país estruturalmente racista ou dominado pelo ódio, que não é. Tal discurso serve, muitas vezes, para desviar a atenção do que verdadeiramente preocupa os portugueses: a falta de segurança nas ruas, o colapso dos serviços públicos e o descontrolo da justiça.
Todavia, o que mais nos choca é o silêncio absoluto perante crimes muito mais graves e profundamente perturbadores que também aconteceram no mesmo dia da agressão ao actor Adérito Lopes, nomeadamente o assassinato de um pai que recusou casar a sua filha de 14 anos, sendo que esses casos de abuso de menores são reiterados em comunidades onde o Estado continua ausente e cúmplice, não merecem manchetes, indignação pública nem comentários dos partidos instalados ou grandes debates nas televisões.
É urgente dizer o óbvio: não pode haver qualquer tolerância cultural para com práticas que atentam contra a dignidade e integridade de crianças. A suposta “tradição” cigana de casamentos precoces, abusos encobertos e ausência de integração na sociedade portuguesa tem de ser enfrentada com coragem e sem tabus. Não se combate o preconceito escondendo a realidade – combate-se com justiça, com verdade e com acção firme.
Portugal precisa de um Estado que defenda os mais vulneráveis, que proteja as crianças, que faça cumprir a lei – e que tenha a coragem de tocar nos assuntos que os outros preferem ignorar e não crie assuntos para esconder a verdade.
O ADN continuará a ser essa voz incómoda, porque o nosso compromisso é com os portugueses e com a verdade.
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